O Grito (no original Skrik) é uma pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893. A obra representa uma figura andrógena num momento de profunda angústia e desespero existencial. O pano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-sol.
A fonte de inspiração d'O Grito pode ser encontrada na vida pessoal do próprio Munch, um homem educado por um pai controlador, que assistiu em criança á morte da mãe e de uma irmã. Decidido a lutar pelo sonho de se dedicar á pintura, Munch cortou relações com o pai e integrou a cena artística de Oslo. A escolha não lhe trouxe a paz desejada, bem pelo contrário. Munch acabou por se envolver com uma mulher casada que só lhe trouxe mágoa e desespero e no início da década de 1890, Laura a sua irmã favorita, foi diagnosticada com doença bipolar e internada num asilo psiquiátrico. O seu estado de espírito está bem patente nas linhas que escreveu no seu diário:
"Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol - o céu ficou de súbito vermelho-sangue - eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta - havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade - os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade - e senti o grito infinito da Natureza." (Percebe-se aqui uma dificuldade do pintor em perceber o fundo, pois está centrado nas partes de seu sofrimento).
A fonte de inspiração para esta figura humana estilizada terá sido uma múmia peruana que Munch viu na exposição universal de Paris em 1887. Vemos ao fundo um céu de (cores quentes), que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não um retrato da realidade). Vemos que a figura humana também está em cores frias, azul, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura, como se entortando com o berro, algo que reproduzia as ondas sonoras. Quase tudo está torto, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo. Tudo que se abalou com o grito e com a cena presenciada está torto, quem não se abalou supostamente seus amigos e a ponte (isso demonstra o possivel fechamento da Gestalt ao perceber que nem tudo está ruim, e que seu sofrimento é parte de uma das figuras de sua vida).
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ResponderExcluirO trabalho apresentado acima foi muito bem elaborado. Fez bastante relações das questões da Gestalt com a arte e o quadro o Grito representa isso muito bem, principalmente quando o autor do quadro relata sua angústia ao pintar. Durante o processo terapêutico o profissional pode explorar junto ao paciente habilidades realacionadas a pintura levando-o ao desfoque do problema.
ResponderExcluirElisângela, Jefferson, Juliana, Monique, Rhana
O tema abordado é de grande valia para compreender formas de expressão através da pintura sem necessariamente uso de palavras, e mostra alternativas criativas de experienciar no aqui e agora, sensações do sujeito e possibilita-lo a fechar suas gestalts.
ResponderExcluirGrupo: Alice, Débora, Laís e Rose.
A gestalt terapia tem total relação com a arte, visto que o própio Perls estudou arte.Por meio dela é possivel ao sujeito um contato com o mundo real, mas que se dá de maneira simbolica.Permite a expressão do sentimento do Artista, que foi muito bem explanada pelo grupo.
ResponderExcluirO recurso da pintura enquanto intervenção terapêutica é pertinente e criativo coadunando com a proposta gestáltica. Todavia o trabalho se apresenta predominantemente em caráter de descrição e citação com limitada contextualização e aplicação dos conceitos estudados na pintura. Por exemplo, poderia contemplar a restauração das funções de contato, como superar a neurose, unificar o self, restabelecer as energias no encontro, processos contextualizados da restauração do foco na relação figura-fundo. Usou-se pouca referência bibliográfica. O vídeo é fantástico, pena que não foi explorado aspectos como a vibração e intensidade da experiência totalmente energizada no aqui e agora na fronteira de contato do sujeito com a arte, com ele mesmo. No geral, tá show!
ResponderExcluirFátima, Ricardo, Wagner e Vany
Neste exemplo de pintura como processo terapêutico, segundo Jung, a arte quer muito mais do que o homem, ela o quer por inteiro. Assim, quando o indivíduo sai do seu estado de comodismo, ele se focaliza em uma direção e se concentra no agora. Um bom exemplo citado pelo trabalho acima é a tela pintada por Edvard Munch, O Grito, onde demonstra sua profunda angústia e desespero existencial na qual ele tenta traduzir em sua obra. Desta forma, ao tentar resignificar seu sentimento, faz com que aja a possibilidade de auto-realização e assim proporcionando um fechamento da gestalt para a promoção da saúde.
ResponderExcluirMichelle Alves, Paloma Borôto e Renata Gambarini.
Para que um quadro de arte seja produzido, o artista deve se entregar como um todo, no seu pensar, sentir, agir, tudo em uma única direção; focalizar de forma que vivencia o que está sendo construido em sua imaginação,e vive-la no "Aqui e Agora" como se fosse sua realidade.
ResponderExcluirNa Gestalt em relação figura, fundo, há várias formas de olhar para o que está se vendo, depende da maneira que cada indivíduo vê as coisas, sente ou pensa, é buscar desenvolver seus próprios recursos, dons, de acordo com sua existência. Na Gestalt terapia é mais importante descrever do que explicar, o que correlaciona "Gestalt terapia e Pintura". Leonora Müller/Cláudia Bolzani